Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece, como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Um grito aos surdos


As minhas olheiras já marcam um novo tipo de sentimento, uma época nova talvez. Mais um ano letivo começa, novas pessoas, professoras, mais uma vez sou ser a nova na escola, aquela com o rosto bonitinho e com coração de pedra por deixar todos a uma distancia que não que demonstra sentimentos. Uma distancia que evita conhecimentos profundos, sem magoa.
Nada do que passa na minha cabeça nessa segunda-feira com cara de domingo, consegue entender tudo que acontece ao meu redor, com as minhas pessoas ilhas. Minhas pessoas? Como me atrevo a chamá-las de minhas? Se quer de pessoas...
Já não tenho certeza do que digo, das coisas que escuto, sinto, sonho ou escrevo. Tem alguma coisa que me abraça na imensidão escura, que não me deixa sozinha por completo. Tem algo que me mostra que ainda tenho sentimentos, alguém. Mas quem? Pra que? Por quê?
Todos já sabem que meu futuro não é promissor, que morrerei aos 27 anos de morte natural, que nada mudaria meu pensamento, que nada jamais adiantaria eu me apegar a alguém a essa altura do campeonato. Talvez esse alguém queira me acordar da realidade que eu criei dentro do meu quarto, que eu chamo de mundo.
Dentro disso talvez, eu tenha uma certa segurança, por não desistir de mim, como eu já desisti. Será tudo isso um apelo? Um grito? Essas coisas que escrevo sobre outros sentimentos, sobre outras pessoas, sobre outras historias. Um grito de mim, um chamado de ajuda, que nunca será escutado, por que ainda não quero ser ajudada. Por que ainda tenho medo de ser interpretada como uma louca.

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