Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece, como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Isso é sobre eu e você


e o que não faz parte disso
apenas são notas de rodapé.

sobra..


E parece que tudo pesa, que não tenho mais lugar pra lágrimas. Eu só preciso me mover, a dor diminui quando me foco em algo que não é você.

"E me dá uma saudade irracional de você." - Caio Fernando Abreu

Platonico


Nós, loucos, precisamos de paixões platônicas para afogar em whiskys. Um rosto para sair procurando pelas esquinas. Ligações às 3 da manhã. Cartas não enviadas no fundo de gavetas. Gritos debaixo de uma janela. Para rabiscar canções em guardanapos. Para dirigir embriagado e bater o carro. Para tomar uma cartela de remédios inteira. Se atirar do 15º andar. Passar noites e noites sem dormir. Para lembrar ao escutar uma canção.

Pois podem me internar. Me apaixono todos os dias, o tempo todo. Por pessoas reais ou imaginárias, pessoas que conheço ou completos desconhecidos que vejo pelas ruas. Por fotografias e palavras. Todas platônicas minhas paixões.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Meio Amor - Parte 2


No meu presente só vivo de passado, e isso me coroe demais.
Agora passo metade do tempo olhando o formato das nuvens, pensando em tudo que pode ter passado na sua cabeça, ao fazer o que me fez. Nem tento reviver o que passou, pois a dor esta na alma, não mais na carne.
Tenho infelizmente, essa lembrança fusca de tudo, essa marca no corpo, essa mancha escura no meu coração. Foi exatamente como as pessoas projetam nos filmes quando se é atropelado. Num segundo eu tava de olhos fechados, abraçando o escuro. Então eu sinto alguém me puxar, gritar comigo, reclamar, mas meus ouvidos não ouviam mais, minhas mãos não me obedeciam mais, nem as suas.
Então veio aquele empurrão, aquela força que jogou tudo, exatamente tudo pro fundo de um poço escuro, negro. E tapou. Tu tapaste a minha saída de ar, minha vontade de amar, de pensar. Me fez crer que não existe ninguém bom nesse mundo, me fez acreditar que ninguém mais para só pra olhar o sol se por. Mas por mais que tu me humilhaste, eu sei que tu vai lembrar.
Lembrar da pessoa que passou a mão na tua cabeça varias e varias vezes quando estava errado. Mas eu errei. Do anjo que cruzou na tua vida, depositando tudo e indo contra todos pra te ver feliz. Mas eu falhei. Da criança que se desabou no teu colo, só te pedindo a verdade. Mas eu pequei. Das tantas e tantas vezes que a gente fez amor, com a intensidade que ninguém jamais fará. Mas eu me vulgarizei. Da mulher que pensou que tinha te feito homem. Mas me enganei.
Fico pensando em tudo que tu me disse nesses sete meses, se tem alguma verdade escondida por entre milhões de promessas falsas. Se tinha algum sentimento bom nos teus olhares, ou se tu realmente me amavas. A gente foi de verdade? Fomos um só?
De repente eu acordei num precipício, ou dava um passo pra trás pra não cair, ou eu ia em frente e agüentava a queda. E nenhuma dessas opções me parecia boa, mas com certeza é melhor que ficar parada. Agüentando no peito a lembrança turva de quando que tu disseste que me amava no sofá, vendo o filme da minha vida, da minha vida de agora. O brilho eterno de uma mente sem lembranças.
Agora em algum lugar, longe de mim e perto de ti vai tocar Matriz do Ramires, e eu vou sentir e sorrir. Pois não há lugar para mais magoas dentro de mim. Eu não sei odiar alguém.