Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece, como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.

domingo, 25 de julho de 2010

os dois, ou eu e ele.


Um dia quem sabe ela vá olhar pra trás e ver que ele foi o único que lhe deu o valor necessário. Que eles eram feitos um para outro, mas não adiantava mais lutar pra manter em pé o que estava quebrado.
Ela chorou, ele disse que não. Ela tentou beijá-lo e ele permaneceu. Mesmo que seus olhos queiram a com tanta vontade, ele sabia que era o melhor pra ambos. O que ela fez foi inaceitável aos olhos dele, mas aos delas não.
A questão não era qual dos dois estava certo, mas sim qual deles ia dar o braço a torce no momento certo.
Ele disse que a amava no momento mais oportuno da sua vida, ele fez tudo aquilo que ela desistiu, valer a pena. E ela o esperou na janela com aquele carrinho quadrado que tinha tantas e tantas historias, parar e buzinar pra ela descer e conversar sobre um futuro próximo. Mas nunca aconteceu.
Ele às vezes a esperava cruzar na frente de sua casa depois do pico do sol, mas ela trocou de caminho. Por medo.
Quase sempre, eu paro e penso naquele casal que criou uma intimidade gigante um com outro em menos de um mês de convivência. Quando tu o vias olhar pra ela via sinceridade tamanha, quando tu reparas nos gestos que ela fazia para se encaixar a ele. É uma historia que me inspirou e inspira há muito tempo. Mas acho que só se acha uma vez na vida um homem que te transforma em mulher em apenas poucos dias.
Ela implorava sua atenção às vezes, mas principalmente naquela noite que eles romperam. Ele não a olhava mais como antes, não a abraçava mais como antes, nem se quer falou às palavras que ele costumava dizer.
Os dois fizeram de tudo parar o clima não pesar, eles brincaram, se abraçaram, mas sabiam que estava faltando alguma coisa. Todas as vezes que ela o olhava nos olhos, ele desviava fazendo qualquer brincadeira. Mas quando ele nego o beijo, ela não agüentou, lagrimas de horas saíram sem controle. Como se o fim do mundo estava próximo, mas pra ela estava mesmo.
Querendo esconder a vasta tristeza que estava pra tomar conta de si. Disfarçando as evidencias, ele a apertou com força, como se falasse com o corpo: - por que tu estragaste tudo? – e ela sentia isso. Sentia que tinha estragado tudo. E chorava.
Chorava como se toda a dor do mundo fosse pouco perto do que logo ia preenchê-la. São tão poucas palavras que os dois se trocaram, mas conseguiam se ler pelo tanto de intimidade que tinham. E então ela com olhos inchados e com o coração extremamente apertado deitou em seu encaixe favorito, os braços dele. Ele beijou seu rosto, mas não sua boa e com um voz rouco pronunciou que iria pra casa. Entrando em desespero ela negou, disse gritando e ignorando seus pais, NÃO.
Ele não podia a deixá-la, eles eram a perfeição com rachaduras. Era complicado tudo que havia acontecido, mas eu sei que eles conseguiram superar.
Não existiria outra chance se ele não acreditasse no poder do amor dela. E não existiria outra chance se ela não lutasse para reconquistá-lo.
É estranho contar um historia que não tem final feliz até agora. Uma historia que é tua, mas coloca em terceira pessoa.