Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece, como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

(Não) Seja bem-vinda.


Sinto-me uma intrusa na vida de todos que estão a me cercar. Não duvido que seja exatamente isso que eu represento a eles.
É como se todo o lugar que havia conquistado, tivesse sumido. E tudo voltasse a estaca zero. Minhas pessoas ilhas. Distante. Razoavelmente me conhecem, pelo menos conhecem o que eu quero mostrar. Mas ele não.
Parece que não chega o que eu lhe dou, e busca mais. Cada vez mais. Não sei lidar com tanta cobrança, mas não quero que ela vá junto com ele embora. Ou suma quando ele sair.
Tudo parece completamente embaralhado e mais uma vez, chove. Chove por que passamos pelo fim do inverno. Ah, um inverno calorosamente frio. Frio como as pessoas dessa cidade, frio como os calculistas, fria como as mãos que são dadas para negócios furados. Em todos os sentidos.
Enquanto alguém no escuto me abraça com força, me fala que nada está completamente perdido, que as pessoas ilhas vão mesmo estar perto de mim como desejo. Eu choro, choro como as águas que caiem do céu. Devagar, com calma...
Não me conheço mais, não sou mais a teimosa que corria sempre atrás do que almejava, hoje nem sei mais quem vejo no espelho pela manha todos os dias com o uniforme gasto da escola. É como se eu maquiasse um boneco, e ele arrasta a todos os lugares me representando, enquanto continuo aqui, no meu quarto, intacta.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Deixo você ir, se for voltar


Se eu pudesse começar do inicio, seria tão mais fácil.
Fácil dizer que todas as vezes que nos víamos, era como se fosse a primeira. Que todos planos que a gente já fez, eram brincadeira inocentes. Pelo menos pra mim.
O difícil mesmo é começar a acreditar no fim. O fim que veio tão rápido e doloroso. Ver que mesmo eu lutando contra, ele chegou. E chegou tão forte, tão decidido que às vezes até eu penso que é melhor ele existir.
As lagrimas que me abandonaram esses últimos dias, são as mesmas que eu deixei sair quando te ouvir dizer as três palavras. Aquelas que já estavam a um tempo querendo sair da minha boca, mas por medo de ser cedo demais, as guardei. A ironia do destino, se é que assim podemos falar, é ter te colocado na minha vida pra crescer, pela primeira vez, sou eu quem cresce.
Logo eu, que pensei que por muito tempo passaria nas vidas alheias apenas pra ensinar. Eu, que me sentia tão madura e segura pra ter um relacionamento duradouro, receber a mesma coisa que doei por algumas vezes.
Infelizmente fechei os olhos pro obvio, escondi de mim mesma, o que já sabia. Tu fostes demais pra mim. Era bom o suficiente pra minha mesma pessoa, mas mais direcionada. Nunca pensei que fosse aceitar ser “inferior” a alguém, como aceito a ser a ti. E mesmo ferindo muito meu egocentrismo e a minha alta/baixa-estima, não me importo, por que tenho consciência que vou crescer com isso, que as coisas que estão pra acontecer e a dor que está pra vir, iram me ajudar.
Mas simplesmente, não estava preparada. Foi uma surpresa saber que nossas brincadeiras eram reais, e que tu querias mesmo, me levar contigo por muito tempo.
O fato é que não estava pronta pra amadurecer o tanto que amadureci nesse relacionamento, mesmo tu não enxergando.
Eu te ofereci prioridade, amor, carinho, simplicidade, fidelidade e às vezes ciúmes, raiva e choro. Eu quis te proporcionar tudo que sempre proporciono a alguém assim. Só esqueci-me de te oferecer evolução. Pensei que o teu estado emocional já estava pronto pra me receber assim, desse mesmo jeito. Mas não. Eu errei.
Como tu me dizias: - vou ser teu primeiro em muita coisa! – Eu coloquei os pés no chão, e agora eu vejo que tu foste o primeiro homem que me fez acreditar no meu potencial. E em mim, na minha vontade de crescer.
Agora que eu acalmei meu coração, que todas as coisas estão se encaminhando pro seu lugar, vejo. Que o que tu foste capaz de me doar é incrível. Doou pra mim a tua responsabilidade, a tua vontade, o teu senso, o teu respeito. Tu me ajudaste em milhões de formas, que eu só consigo ver diante tanta dor no peito, do meu rosto inchado e cansado de chorar. E eu vou pegar cada pouquinho dessas coisas que tu me deste, e vou evoluir por conta própria. E quando eu chegar pra ti e dizer: - Eu melhorei, por mim e por nós dois. – acredite, pois eu terei melhorado mesmo.