Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece, como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

(Não) Seja bem-vinda.


Sinto-me uma intrusa na vida de todos que estão a me cercar. Não duvido que seja exatamente isso que eu represento a eles.
É como se todo o lugar que havia conquistado, tivesse sumido. E tudo voltasse a estaca zero. Minhas pessoas ilhas. Distante. Razoavelmente me conhecem, pelo menos conhecem o que eu quero mostrar. Mas ele não.
Parece que não chega o que eu lhe dou, e busca mais. Cada vez mais. Não sei lidar com tanta cobrança, mas não quero que ela vá junto com ele embora. Ou suma quando ele sair.
Tudo parece completamente embaralhado e mais uma vez, chove. Chove por que passamos pelo fim do inverno. Ah, um inverno calorosamente frio. Frio como as pessoas dessa cidade, frio como os calculistas, fria como as mãos que são dadas para negócios furados. Em todos os sentidos.
Enquanto alguém no escuto me abraça com força, me fala que nada está completamente perdido, que as pessoas ilhas vão mesmo estar perto de mim como desejo. Eu choro, choro como as águas que caiem do céu. Devagar, com calma...
Não me conheço mais, não sou mais a teimosa que corria sempre atrás do que almejava, hoje nem sei mais quem vejo no espelho pela manha todos os dias com o uniforme gasto da escola. É como se eu maquiasse um boneco, e ele arrasta a todos os lugares me representando, enquanto continuo aqui, no meu quarto, intacta.

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