Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece, como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Guardei sem ter porquê


Enquanto você vive sua vida ignorando os fatos, eu vivo a minha em torno dessa sua angustia gigante e escondida.
Eu tenho dentro de mim, as tuas pegadas pesadas. Tenho o sonho morto pela facada de maldade que você enfiou dentro de tudo que a gente já viveu, imaginou, pensou.
Essa musica me lembra aquela época que você me dizia o quanto eu era especial, que você sussurrava o seu amor entre parcelas, me lembra exatamente o dia que lhe vi inchado, com os olhos e o rosto todo vermelho ao ler minha carta, ao usar meu presente e ao sentir meu cheiro pela primeira vez, me lembra da tua jura eterna, mais uma vez, você comprovava teu amor e teu respeito por mim. O quanto mais puro eu achava que era, o quando mais inocente um tinha certeza que você se provava. Enganava-me.
Imaginava-te um menino indeciso, e vi um homem com uma gigante e prospera personalidade. Via-te como um guri bobalhão e esqueci de levar a serio tuas bobagens serias. Acabei te perdendo pelo fato de não ser o que tu esperavas ou imaginava.
Não me culpo de nada, alem da vida inútil que levo ou do sonho que destruir ao dizer – então vá – com tanto desdém, sabe? Não me culpo pelo destino não ter responsabilidade suficiente e dizer que a culpa é dele, na realidade. E sempre será.
A culpa é do destino, de Deus, do Céu que irão habitar aqueles que acreditam na bobagem gigante que igreja implantou na raça humana, por décadas! São eles os donos dessa angústia que me aperta o peito, eles que me fazem ver o quando continua frágil a vida que levo.
Como tuas lembranças podem me transportar desse tempo para outro tão bonito e tão diferente, mas tão, tão... Qual seria a palavra? Ah sim, distante!
Teu coração bomba o meu sangue, teu sorriso aquece meus pés nas noites geladas, escuras que são normais nesse inverno.
Teu abraço, teus braços, teu beijo que não sei o gosto, que não sei o nível do aconchego, que não enxergo.
Preciso me livrar de tudo que me transporta a esse lugar mágico, mas então terei que livrar-me de mim.

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